A persiana dos meus pequenos olhos alucinados abre-se lentamente, e, do módico escuro, surge a repercussão da sineta daquele cenário branco ofuscante. Na praça, deslizavam de patins de lâmina fina tantas figuras encasacadas. Riam-se e caiam, caiam e riam-se. O pai de quispo verde-tropa, agarrava com toda a sua elegante e protectora energia na pequena e rosada mão da miúda de tranças ruivas e gorro de lã colorido. Ela, olhava em frente, confiante, segura, com o tufo felpudo de lã do alto da sua cabeça a insinuar-se ao vento frio. Rodava em pequenos círculos harmoniosos sobre aquele gelado pano de fundo citadino, coberto de luzes pitorescas que piscavam alegremente e sem ritmo preciso.
Como era feliz um metro e vários centímetros a baixo de quem a amava incondicionalmente!
A multidão desenvencilhava-se dos ponteiros gigantes do relógio da torre, velha casa das pombas. Corria, carregando enormes caixas protegidas por brilhantes e ilustrados papeis. Ainda podiam ver-se alguns ramos enfeitados da inscrita árvorezita verde, para lá da janela de parapeito branco, com cortinas de linho, mesmo ao lado da grande loja de brinquedos.
Era Natal.
Lentamente, fechei de novo os olhos, agora maiores;
Acordei sem querer.
_____
Boa viagem caro companheiro R.
,desculpa se nunca soube dizer adeus.
Aprendi o Até Sempre.
Imagem em Deviantart
Como era feliz um metro e vários centímetros a baixo de quem a amava incondicionalmente!
A multidão desenvencilhava-se dos ponteiros gigantes do relógio da torre, velha casa das pombas. Corria, carregando enormes caixas protegidas por brilhantes e ilustrados papeis. Ainda podiam ver-se alguns ramos enfeitados da inscrita árvorezita verde, para lá da janela de parapeito branco, com cortinas de linho, mesmo ao lado da grande loja de brinquedos.
Era Natal.
Lentamente, fechei de novo os olhos, agora maiores;
Acordei sem querer.
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Boa viagem caro companheiro R.
,desculpa se nunca soube dizer adeus.
Aprendi o Até Sempre.
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