quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A chegada, é só mais um ponto de partida


A vida aos solavancos. Não levo a sério tal veículo. Vou. Onde fui ter agora?! Não sei, mas sabendo-me encontrada na minha falta de objectivos palpáveis, sei-me útil. Sim, útil, sóbria, em mais uma jornada inconsciente. Uma nova jornada que me olha descontraída do alto da sua poltrona, indiferente ao som dos meus passos atabalhoados nos degraus. Usufruo medrosa e de sorriso meliante nos lábios o seu tom de desafio, os seus alicerces sobre tal chão que questiono sempre. Enfrento-a subtilmente por entre tropeções divertidos. Ela ri-se de mim, ela ri-se comigo. Oh, como me agrada quando te ris de mim, torna-se tudo tão levianamente belo!
Ontem..., não me lembro bem de ontem, de onde estive...Estava tão longe..., estava tão perto! Vi vários rostos todos iguais. Admirei infinitamente pessoas que conheci durante escassos segundos. Ignorei quem espicaçou o acaso da minha presença. Vagueei sem indagar, qualquer enquadramento mundano. E ri-me tanto..., gargalhei quente, segui e fitei aderente, como se da última vez se tratasse, os olhos de vinte estranhos que me ofereciam o que já de pouco lhes valia.
Fomos todos na calçada. Somos todos. E cada um, quando agimos numa qualquer rotina sob a forma de montanha russa.
O meu espaço é meu, não temo perder nem ganhar... Temo não ir, temo não beber...
Para quê valorizar uma só cabeça, quando perder tempo a faze-lo é limitar-mo-nos?
Seja qual for o eixo, o peão roda e roda envolto no remanescente, e um dia não precisará do cordel.

...À saída daquela velha e acolhedora tasca da esquina, disse-me perto do ouvido, a voz fiel do rapaz vindo de um outro qualquer motivo: Mantém-te firme!
Surpreendida, fixei-o com fidelidade semelhante, e sorri.
E assim, levei-me. Deixei o mais simples guiar o que já em mim viciara traiçoeiro. Fui, apenas sendo.

Cá estou..., na calçada..., a tentar o começo de um aleatório e irresponsável final. Por demais saboroso quando a pulsar!

Imagem em Deviantart

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