domingo, 6 de janeiro de 2013

(Onde chegar com demência)

Onde chegar, com doce demência a quem me agarre, sem segurar?
Era lá doce saber-te..., ora infinito de mim, ora imaterial das minhas preces.
Mas eu não as tinha. Eu não tinha preces.
A minha pressa era penosa pela ânsia de que um dia eu pudesse ser, sendo nada, pelo que sou.
Nada.
Não sendo, não cedo.
E o que poderia dar então, se de nada tinha...
E o que poderia então sentir, se de nada servia...
Mas eu sinto. E sei lá, se mais pena de mim, se moléstia por não mudar os que me quisessem.
Para que me quisessem.
Querer o que não há, afinal.
Pelo que o meu egoísmo vive em virtude do que mais anseio. Que nunca, nunca sou eu.
Que nunca, nunca me eleva.
Que nunca. Nunca.
E será verdade que poderei fazer tudo, em desfavor deste nunca que me imponho severamente.
Quero os que não querem ser ajudados.
Provo os que querem ajudar e não me sorvem a vontade.
Trinco os que querem ajudar e me sorvem o que me assombra.
Eu já amei, sem jurar.
E agora... o que fazer?
Se me deixar cambiar para trincar, feliz...
Se me deixar morrer pelo que sempre quis...
E agora.
Onde chegar com doce demência...
É o que peço.
Pois que não tem preço este limbo amante e denso
Entre a felicidade enfadonha, que ergue
E a escuridão infinita, que adora
Ei-lo, o sábio...
Ele sabe que; ou mentir, ou o silêncio.
E a mentira se tantas vezes, é-lo com verdade, sei bem.
E o silêncio, tantas vezes grita que mata antes da morte.
E agora...
Onde chegar?