segunda-feira, 15 de agosto de 2011

So...



Maioritariamente os aspirantes a escritores escrevem sobre as suas crises existenciais e derivados. No melhor dos casos, uma crise existencial camuflada e fechada num único imaginário paralelo. No pior dos casos sobre as alegóricas crises do simples mortal que passa por e que retrata uma série de etapas problemáticas às quais todo e qualquer cérebro pouco delineado se sujeita.
Maioritariamente os aspirantes a artistas plásticos e/ou criativos quejandos caiem no cliché da falta de cliché. Como se a meta fosse atingir o paradigma da originalidade suprema que em nada consiste, que mais não será que uma nova origem essa pictórica, e em vários casos atingindo mesmo a excelência da arte da birra, que é como quem diz Olhem para mim se faz favor, porque eu subo até ao pico mais alto do planeta Marte e faço a coisa mais nonsense que vocês possam imaginar, ou talvez não possam!!!.
Ao contrário do que se possa considerar, nonsense, é como a arte da comédia teatral; Só depois de seres actor, poderás eventualmente conseguir fazer rir.
Maioritariamente o aspirante a actor terá que ter o mesmo que um aspirante a cantor, ou qualquer outro sujeito da arte de palco. E é pouco provável que eu esteja a falar de um factor qualquer que lhes seja singular, nem tão pouco da escola da expressividade.
Maioritariamente e hoje, a liberdade divide-se em tantas casas prisionais exíguas, que a ditadura se tornou aos poucos, ou aos muitos, uma falta de consciência, pessoal. Um litógrafo social. Uma mentira de ascensão. Salas coloridas e vazias. Salas negras e cheias de espelhos e outro qualquer tipo de lixo auto-centrado.
A própria crítica do que se move e nos rodeia é já auto-centrada num conceito de pequenez de vanglória, ou pelo sucesso ou pela derrota.
A beleza da resposta, da predisposição, da posição, é uma questão plástica. E o cálculo, já não mata com peso e pompa uma exacerbada massa, mas meia dúzia de caprichos temperamentais.
E eu e o que escrevo, ora mais não somos que o remate infrutífero de tudo isto, com uma pitada de ventos ancestrais prejudiciais para a minha sinusite.