sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Dosa

Não sofro de esperança. Do mal o menos.
Pratico a insolvência da compreensão lenta
Lenta e lentamente, de lente somítica latente

Não vivo de bem. Pago o mal
Não vivo de mal. E fio o bem
Pouco se troca, quando se nota

E notar é, a bem dizer
Esquecer que de algo se trata
E não ver, para lá da minha frota

A mal dizer, não puder estar
Onde não me convém
E o que me convém a mim
Não puder assim ser
Porque por tais putas me fadei

E a fidelidade eu lhes dei
Pois que assim!
Esbanjando o engano grosseiro
De que para mim morria descrente, pelo menos
E pelo mal, prisioneiro
Delas
em mim

Delas
Ai delas...

Que nunca sofri de esperança
E que só a mim isso paga respeito
E até herança.

Do menos o mal
Salvé comigo feito.