sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ficou o "mas"

Reservei bilhetes! Consegui uma fila central! Fiquei feliz e contente, e tal! Nem comprei pipocas nem nada, para não fazer o número do *Rrroccc* *Rrroccc* (onomatopeia parva, referente a quem abarca na boca um punhado de pipocas duas vezes maior que esta),aquando uma cena de suspense!

Nas estreias populares é sempre a mesma estória; grupos e grupos de pessoal, vá, mais ou menos adolescente, mais ou menos parvo, aos guinchinhos, aos roncos e às risadas por tudo e por coisa nenhuma, principalmente, claro esta, em momentos menos oportunos.
Abstraindo-me de tal facto, naturalmente, e do facto de ter criado uma sementeira de cereal e chocolate no lugar número 11, da fila I, precisamente, alargando-a, não contente, ao tufo de cabelo do miúdo que se encontrava à minha frente, na fila seguinte, duplamente "naturalmente" ( oops! ), não achei o filme extraordinário.
Cenários, fotografia e efeitos especiais? Evolução considerável! Muito bom. Ângulos, jogos de câmara, um novo movimento, o "toque" de uma nova expressão e, repito, grandes cenários! Um pormenorizado trabalho de produção, provido de grande sensibilidade no jogo "cena - banda sonora". Ritmo certo. Boas dicas.
Acompanhou a extensão, referente ao número de dados, recomendável no que diz respeito à vida social das personagens, condicionantes, crises amorosas e afins. Porém, e digo eu, não acompanhou a extensão emotiva, e a carga dramática necessárias para a sua proporcionalidade com todo o "alarido" envolvente, geral e particular de cada cena, de cada personagem... A cada cena, a cada acontecimento, a cada reacção, interacção, havia sempre como que um espaço branco, estático e até formal entre o expectador e a cena. As personagens..., demasiado planas (não que os livros primem por personagens cuidadosamente trabalhadas, porque não. Porém, na grande tela, com grau muito inferior de complexidade), inexpressivas, representação linear.
Formato simplisto-juvenil, que já pouco se justificaria, perante a exigência da evolução da trama. Não revi os focos do livro. Grande número de cenas mal escolhidas. Cenas fulcrais e, digo eu, com grande poder cinematográfico não foram seleccionadas, não foram exploradas.

Quanto à cena final: a trágica, repentina e inesperada morte de um dos personagens centrais, acharam por bem, visando o enternecimento da massa jovem, dar um toque naife através de apontamentos clichés e básicos, numa cena tipo, aquém do que seria de esperar perante o descrito no livro, diria. Valeu todo o trabalho de produção que referi.
Não chegou a mim como deveria de ser, não me prendeu como seria preciso. Com todos estes condicionantes, senti-me praticamente só uma curiosa espectadora, não entrei na tela. Havia uma sala branca, e demasiado geométrica entre mim e o todo e, principalmente, cada coisa do filme.
Gostei no geral...melhor que os anteriores a vários níveis referidos, mas... ficou o "mas" um tanto insípido, justa ou injustamente.

Boas novidades/ revelações:
  • Bellatrix Lestrange (Helena Bonham Carter)
  • Tom M. Riddle com 11 anos, e Tom M. Riddle adolescente (? ; ?)
(Bons desempenhos de Tom Felton, Draco Malfoy, e também de Jim Broadbent, professor Slughorn [...] )

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