domingo, 21 de fevereiro de 2010

Obrigada pelo teu sorriso


Há um pouco de nós que pesa sempre sobre o silêncio.
A ansiedade de uma alma vazia, que em desespero evita o travesseiro feito de terra.

Quando já há muito é certo que tudo se fará feito, e sem saber mais do longínquo brilho das estrelas, escondo-me na húmida e mal cheirosa cave, milhas a baixo do chão. Tranco-me e estrangulo o crânio contra o eixo, com ambas as mãos impelindo as minhas orelhas para o vácuo do meu cérebro. Bruto impedimento auditivo, pelo o último dos silêncios, o da misericórdia.
Usura, o combate de tais forças. Traição por excelência, o instinto desesperado inigualável ao dos tambores e caixas negras obstinadas, que deixei para lá, à superfície, onde abandonei a última luz exterior a mim.
A cólera líquida enregelou-me as feições e impediu-me da humanidade de chorar.

Há um pouco de nós que pesa sempre sobre o silêncio.
E o meu, é o hino ensurdecedor que te presencia de mim. Mudo.

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