quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A respeito da gramática das coisas...

Sinto o fedor nauseabundo das casas novas e cheias de gente. Dos cafés de mesas cheias de gente perfumada a fumar. Dos bolos de cerejas cristalizadas no topo. Sinto o odor agonizante de Setembro como mais um mês sem nome. Odor esse que seca o céu da boca. Sinto o cristal da bola que carrego por entre as minhas mãos, cortar-me a verdade em pedaços simétricos. Guardo todos os estilhaços delicadamente no bolso cosido na roda da minha saia. E uso do seu brilho nos gestos desritmados dos meus membros, sempre que me sento em multidões. Entretenho fiapos do mundo com brilho das luzes das suas próprias estradas... E volto para lá. Bem longe. Bem longe, perto do vosso intervalo. Vivo para vos satisfazer com rispidez, a elegância. E todos os dias faço caso do conforto de convivermos assim. A vida.
Ser uma iludida de prefixo no nome. De antecipação da fatalidade.
Do sufixo trago-vos o gosto. Que mente. A quase toda a hora.

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