quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sei lá chorar! Sei lá calar!



Teme, e é impotente perante a sua impotência.

Corre mais do que o mundo... adianta-se milhas, até o perder de vista.
À procura do mais profundo vazio. À procura de nada.
Corre sem direcção nenhuma.
Incompetente na missão. E nada sendo seu, não pertence a lado algum.
Não sente saudades, nem tem a sua gente.
Isso é batota dos fortes que seguem a estrada.
E em tal marginalidade, ainda assim a sua janela não fecha.
Ainda assim cobrem-na robustas paredes.
E por isto mesmo.
Que ainda assim não a impedem de ver a mais do que a sua felicidade permitiria.
Impedisse-a o mundo de ser livre.
E não se perderia na pior cela que é a liberdade suprema.
Perde-se do mundo, sempre nela.
Impede-se de respirar.
É impotente.
E a impotência quando passa não lhe conhece o rasto.
Às vezes, recebe-lhe um formal Boa Noite.
Seguindo caminho, de nariz apontado ao chão.

O maior lamento não reduz o pânico aos dias.
Não facilitem a capacidade de julgar - disse, numa madrugada em que mais uma vez perdia o tempo por entre as suas finas, brancas e conhecidas mãos.


3 comentários:

Catarina Reis disse...

Sem palavras, mt bonito.
Bjs Catarina

Samuel Vidinha disse...

Novo post precisa-se...

blackbird disse...

Catarina, obrigada!:)

Samu, isto tornou-se de tal maneira pessoal e desleixado que vai na volta, tenho de vir cá um dia destes "tomar um chá" com mais tempo.
É.
:)