Julgava-te numa emboscada entre a
lucidez e a deliberação.
Choro
não é pranto.
Julgava-te a dar-me a opção de auxílio. Deitado na teia do amuo, e
de cabeça encostada ao quadro do deserto que ilustras, desde que te fizeste
gente que reconhece a vontade como uma falta constante.
Tanto que acabei por cometer o único erro de entre os tantos
inúteis que poderia cometer;
Julgar-te, enquanto me pensavas à medida dos teus horizontes do
ócio.
Reduzi o meu critério à gentileza larga do teu imaginário
ocasional.
E pós
leitura, fica o prelúdio nas costas das paredes das casas dos outros.
Outros quaisquer
que me traem, sem que eu os saiba.
O
julgamento é e será sempre uma coisa séria. O vínculo, que esquecido, deixa
sempre um rasto de sangue onde ninguém pode determinar.
Sem
querer, julgo então lúcida a tua indolência.
E estou
eu em apuros, baixa.
A pena perpétua é exclusivamente minha.
À minha própria extinção..., num
espaço nulo, forjado dentro de mim.
Lá
dentro, lamento-te. Lá dentro é lamento.
Pareces-me
ardente, e lá não há fogo.
Pareces-me
alto, e lá não há vertigens.
Pareces-me, e nem existes.
Pareces-me, e nem existes.
Imposição
negra, no centro assimétrico.
Ou não
fosse o meu egoísmo tão pouco audacioso, sem termo desonrado de
comparação.
Sou
aquela que chora pelo juiz, e não pelo acusado.
Porque
choro não é pranto.
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