De repente, o já amorfo sabor da carne na minha boca seca
Eu, sendo lúcida, mas não clara
Não sendo o peão, nem o herói
De repente, e outra vez
Coisas aleatórias de coisas
Sabe mal
O cheiro fétido deste agrado pela distância
Distante do que toca
Perto da distancia do que nunca esteve perto
E sabendo que pertenço ao prisma universal
Lamento, mais que o vagabundo que invejo,
Tal singularidade comum
Tal sexualidade vã
Tal compromisso sem cama
Os lábios estalam do que não fui mais capaz de lamentar
Nesta banalidade discutida
Mas sempre sem condenação justa
A elegância e a brutalidade que me assomam
Tornam-me árida como um deserto africano
E lá bem no meio
No exotismo do âmago negro e profundo da minha pélvis
Os meus gemidos e suor
Que, ainda que nunca simulados
Nunca me saciaram a sede
Nem alguma vez deram a beber
E por fim,
(É fácil dizer E por fim...),
Em jeito de trocadilho previsível
Sabe bem
Morrer de sede
E chegar ao fim da viagem
Aquela que ficou por fazer
1 comentário:
''E chegar ao fim da viagem
Aquela que ficou por fazer''
(suspiro)
mike
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