Raio do banco que é desconfortável! Vejo a mesa toda daqui, ouço cada burburinho, cada respirar, processo os vectores dos olhares a cruzarem-se paralelos ao chão, à mesa, ao tecto... Vejo-vos a todos daqui! E desapareço.
Estremeço, com o frio que vem de lá de fora. Fiquei de costas para a porta aberta, e o frio convida-me para fugir outra vez. Mas tarde demais, já ceguei. Paralisei. E não vou negar o tinir cínico e metálico no meu estômago.
Estou pálida. Estou entre planos.
Estremeço, mudo de posição, e espreito pelo menor ângulo que encontrei.
Tens a distinta lata de este te pertencer a ti!
Pisco os olhos e carrego o sobreolho.
Ainda ousas ali continuar e permitir-me ver que tudo em ti batia certo!
Estou cansada de te ver. E de os ver. E de ver!
De saber o sabor da merda sem a calcar e comer!
Levanto-me num salto escondido por detrás de um bocejo, e vou embora.
Estou cansada. E não quero voltar atrás...
Estou cansada. E não posso andar o que já sei sem conhecer...
Estou cansada demais...
E de menos para to dizer!
Boa Noite e Boa Sorte! Não salto em bando tais redes de arame farpado pelo horizonte que me lambe o prazer.
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