sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Título

Devia e teve temor de seguir em frente e penetrar a fundo, não nos seus olhos cor de mel e de alma negra, mas nas suas narinas consumidas por banalidades concretas, infelizes, convencidas, cheias de pó. Impropérios. Falso pó do verdadeiro pó.
A ver o requebro do seu atraente corpo sedado.
Nessa aspereza resumida da falta de cultura precisa, destoada no conhecimento e no medo totais, estes universais, para quê conhecer e procurar o mundo? Sem argumentos para gritar uma memória colectiva, uma fatalidade capazes de abafar qualquer visão real, que se assemelhasse melhor e mais que a própria. E porque não é própria. Próprias são a humanidade e a era.
Não é só medo não...
Olhava-lhe os sapatos. Não era só ele. Não podia ser... E não era por isso que podiam ser iguais, ou equiparados...não. É um fundo de questão que não merecendo resposta, tem três caminhos; O da resolução, o da abstenção, o da não resolução e degredo.
Podia ser só isso. Seria então só isso. Não é procura de verdade ou de resposta. É inércia absorvente. É uma certeza de coisa nenhuma.
Capaz então de gostar? Ou de sofrer por ansiar gostar, ou...? Não. Capaz de querer sentir. E daí poder ou não gostar.
E no meio, e sobre as pedras do chão, desse chão, que descendia a partir da porta por onde dormia até ao varandim... pêlos, pedaços, ânsias sufocadas por nós, desculpados por culparmos a vida da nossa tamanha imbecilidade.
Nem todos podem andar descalços. Nem todos podem gastar sapatos. Nem todos podem proteger os pés. Somos todos e totalmente, linguagem e desejos medíocres da mesma seita.
Iguais. É apenas mais um dia só cheio de coisas. Só cheio de coisas...
Só, e cheio de coisas.

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